Tal como prometido a semana passada, eis a segunda parte do texto escrito pelo João Portela.
"O que é a fé? Uma grande pergunta que teve também uma grande resposta, vinda do Dr. Henrique Leitão que nos disse que a fé pode ser o simples acto de confiar, de acreditar, após várias verificações, naquilo que os outros dizem/testemunham. Então, nesse caso, a fé é algo que todos temos, crentes e não crentes. Quer queiramos quer não, somos colocados numa vida em que mais tarde ou mas cedo, vamos ter de aprender a confiar nos outros. A fé é algo universal, todos a têm, bem dentro de cada um, pronta a ser mostrada ao mundo, nós é que muitas vezes a aprisionamos e não a deixamos sair. Aprendemos ainda que para além de dádivas espirituais, Deus dá-nos, através de grandes génios, dádivas científicas. Através de várias teorias que antes de serem científicas já eram católicas: a Teoria do Big Bang, a Geologia Moderna, a Genética, teorias matemáticas, entre outras. Já alguma vez um professor vos tinha dito isto? A mim, nunca me tinham dito. Garanto que fiquei surpreso e de certa maneira orgulhoso, porque aquele preconceito de que a Igreja impossibilitou a ciência, deixou de existir. Quem está na universidade, agradeça também à Igreja; se por vezes têm de ir a um hospital, agradeçam-no também à Igreja; se algum de vós está a estudar direito e as leis humanas, agradeçam-nas à Igreja, que também as criou.
Para terminar e sob a forma de reflexão, tenho ainda algo mais a dizer. Deus criou-nos à sua imagem, temos parecenças com Deus. No meio de muitos defeitos, temos Deus dentro de nós. Então como é que podemos duvidar de nós, se temos no nosso ser Deus e Jesus? Se duvidamos de nós, então estamos a duvidar de Deus e de Jesus directamente. Ainda assim, sabendo isto, por vezes duvidamos de Deus, porque o recusamos na nossa vida. Mas o que é isto de recusar Deus nas nossas vidas? Muitas vezes é quando recusamos a entrada de pessoas na nossa vida. Deus faz-se presente através de nós, Homens e tenta chegar a nós através de outras pessoas, ou seja, através das ações de outros (amor, amizade, conselhos, etc.) e muitas vezes somos parvos ao ponto de recusarmos o amor dos outros, acabando por recusar também o amor de Deus. Comigo, isso já aconteceu muitas vezes, demasiadas vezes, mas este Encontro permitiu-me descobrir que, por mais erros que eu cometa na minha vida, Deus perdoa-me e perdoa-nos. Ele perdoa-nos. Vou repetir, ELE PERDOA-NOS, porque nos ama. Muitas vezes bloqueei o amor que os outros me queriam oferecer e através disso, bloquei a entrada do amor de Deus na minha vida. Mas Deus e essas pessoas perdoaram-me. Encontrei isso no Encontro, descobri esta verdade.
E pronto, demos por terminado o Encontro. Agora somos um grupo que em três dias cresceu imenso e o mais engraçado é que eu e muitos nos apercebemos desta união logo na sexta-feira. A quem é que a devemos? A Deus. Foi ele que nos uniu, foi Ele que logo no início, criou as condições para que este fim-de-semana fosse maravilhoso. E assim foi. Mas "o Encontro só agora é que começou", disse o Padre Marcos na missa de encerramento do Encontro. Isto é uma missão que temos - transformar a nossa vida e a vida dos outros num encontro, para que todos possam crescer. Vamos sozinhos? Não. Vamos acompanhados e equilibrados uns nos outros, para não cairmos (obrigado, Noni, Xana e Roberto). Vamos! Sabendo que a nossa Igreja ajudou a desenvolver o mundo ocidental (obrigado Dr. Henrique). Vamos! Sabendo que mesmo quando caímos, temos alguém para nos apanhar e transformar as dificuldades em oportunidades (obrigado grupo de animadores). E vamos! Sabendo que temos a dádiva de vivermos como Grupo de Jovens de Mem Martins, unidos na fé, no amor mútuo e cantando a vida com Cristo (obrigado Deus e obrigado Jesus).
Boa sexta-feira.
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